Bielorrússia: a última ditadura da Europa – Desde 2020 as autoridades de Belarus cancelaram ou simplificaram os requisitos do visto de entrada naquele país. Em princípio, isso não seria um problema. Isso porque, cada país é livre para decidir sobre quem pode ou não ingressar em seu território. A discricionariedade e soberania nacional permitem a entrada ou não de estrangeiros.
Mas na verdade, a questão é muito mais complexa.
Como consequência da facilidade de entrada na Bielorrússia o número de refugiados e imigrantes aumentou por lá. Desse modo os atrativos como, viagem, emprego, moradia e, principalmente, a possibilidade de ingresso na Europa se espalharam rapidamente.
Sem sombra de dúvidas, os países mais interessados são os que enfrentam crises internas, como Síria, Iraque e Turquia. Um país historicamente com relações internacionais conturbadas permanece nos noticíários internacionais.
Crise Migratória
Claro que a Bielorrússia não é o real interesse das pessoas que ali ingressam. Da mesma maneira como acontece nas fronteiras entre Estados Unidos e México, o último é apenas passagem.
Após o ingresso na Bielorrússia os imigrantes seguem em direção a Polônia. Em seguida, buscam seu destino final.
Assim, a Bielorússia é apenas uma porta, para chegar a países desenvolvidos. Ainda não é o fim da história.
Outros fatores importantes precisam ser analisados.
Diante do aumento do número de imigrantes e refugiados, a Polônia e a Lituânia fecharam suas fronteiras.
Bielorrússia: a última ditadura da Europa – fatos recentes
Em outras palavras, a crise migratória agora envolve pessoas sem documentação. Uma vez que as fronteiras se fecharam e as pessoas seguem em busca do seu destino final, elas não desistem. Tentam ingressar e, muitas vezes conseguem, de forma ilegal.
Para dar um toque especial aos noticiários o governo parece não se importar com o trânsito de pessoas.
Aliás, o próprio Presidente de Belarus admitiu que não atua para impedir as pessoas. Admitiu que esse pode ser um fato real e corriqueiro. Ademais, há indícios de que a própria guarda nacional apoia os refugiados nesse caminho.
Contexto Histórico
Contudo, a crise na Bielorússia vai muito além dos recentes fatos narrados. Historicamente o país teve invasões, destruição e governos autoritários.
Belarus ou Bielorrússia significa Rússia Branca. Está no leste europeu, sem saída para o mar. Oficialmente é uma república. No entanto, já pertenceram a diversos países.
Durante a Segunda Guerra Mundial foi devastada. Cerca de 1/3 de sua população morreu. Como consequência da destruição, uniu-se a ex-União Soviética.
Posteriormente, em 1991 se tornou independente. Entretanto, sua ligação com os soviéticos permanece até hoje. Seguem aliados fiéis da Rússia.
Falsa Democracia
Em relação ao seu governo, segue num regime autoritário. Isso porque, desde 1994 tem o mesmo governante. Oficialmente é uma República Presidencialista cujo líder é Alexander Lukashenko. Existem eleições a cada cinco anos.
Contudo, as reeleições do presidente são contestadas por todos. Desse modo, está a vinte e sete anos no poder. Ademais, Lukashenko tem sua vida política e pessoal muito controvertida.
Romances e filhos com diferentes mulheres. Cargos públicos preenchidos por pessoas próximas e, a dependência econômica. Como aliados seguem a Rússia e a China.
De maneira idêntica à ex-União Soviética, existe controle estatal.
Bielorrússia: a última ditadura da Europa
Diante desse cenário, a Bielorrússia é preocupação mundial. Em tempos de Jogos Olímpicos ou eventos internacionais é comum haver pedidos de ajuda humanitária ou asilo político. Esse foi o caso da atleta, Krystsina Tsimanouskaya. Ela pediu ajuda nas Olimpíadas de Tóquio.
Há indícios também de ameaças de órgãos nacionais quanto a eventuais deserções.
São inúmeras violações aos Direitos Humanos. Em Belarus ainda existe pena de morte. Além disso, violações à liberdade de expressão e de imprensa são comuns.
Existe controle pelo Estado e dura repressão. Outro caso recente foi o desvio de um avião para prender o jornalista Roman Protasevich. Opositor manifesto do governo não teve chance. Seguiu preso de volta à Bielorrússia.
Breves Conclusões
Logo depois da prisão, o jornalista apareceu num vídeo se descunlpando. Visivelmente abatido e com marcas de algemas reconsiderou seus comentários anteriores. De maneira clara via-se forçado e deixando transparecer que era ameaçado.
Nesses casos é comum que a família também receba ordens diretas.
Nesse ínterim, a atleta olímpica conseguiu ajuda da Polônia. Não retornou ao seu país e segue fora de cena. Aparentemente, com um pouco mais de sorte.
Por fim, a última ditadura da Europa sobrevive e deixa marcas pelo mundo todo. A falsa democracia não esconde a dura realidade de Belarus.

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