Canal de Suez: panorama hitórico. Recentemente, o bloqueio do Canal de Suez durante seis dias tomou proporções e um prejuízo enormes. O gigantesco navio cargueiro encalhou e interrompeu o fluxo entre o Ocidente e Oriente. A situação inusitada formou uma fila de navios, à espera de passagem, que foi vista pelo mundo todo.
Apesar do navio ter se movimentado e desencalhado o problema ainda não chegou ao fim. Aliás, o navio e sua tripulação seguem no Egito. A apreensão tem como intuito apurar eventuais responsabilidades bem como estipular a reparação aos danos causados. Um problema tão grande quanto às proporções da embarcação.
Caso prático
Embora tenha ocorrido, o caso do navio Ever Given mais parece um daquelas proposições das aulas de Direito Internacional. Na verdade, o Ever Given é um dos maiores navios de contêineres do mundo.
Assim, ele tem bandeira do Panamá, pertence a uma holding japonesa, é operado por uma empresa da Alemanha e, possui tripulação da Índia. Além disso, como último detalhe: encalho no Egito, no Canal de Suez.
Mas afinal qual a importância dessa passagem?
Importância do canal de Suez
Na história da humanidade muitos projetos E rotas marítimas surgiram para facilitar a vida das pessoas. O canal de Suez é uma grande obra de engenharia moderna.
Ele já foi palco de grandes guerras e sempre esteve em destaque no cenário internacional. Está localizado no Egito. Possui 24 m de profundidade, 365 m de largura e 193 km de extensão.
Claro que, o principal é ligar o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho. Desse modo, faz a essencial ligação entre Europa e a Ásia. Por causa dessa rota, os navios não precisavam mais contornar o continente africano saindo da Europa para chegar na Ásia e vice versa.
Canal de Suez: panorama hitórico
Anteriormente, a rota pelo Cabo da Boa Esperança aumentava o percurso em aproximadamente 7000 km. Claro que, muitos projetos não seguiram a diante. Há quem diga até mesmo os egípcios antigos tinham planos para a região.
Enfim, a construção do Canal de Suez ocorreu entre os anos de 1859 até 1869. Durante quase 100 anos a operação foi feita pela Companhia Universal do Canal Marítimo de Suez, de origem francesa.
Ademais, sempre houve participação financeira do Reino Unido. Tanto é verdade que, em 1916 houve negociação entre britânicos e franceses sobre o legado da Primeira Guerra Mundial.
Particularidades do Canal de Suez
Ao contrário do Canal do Panamá, que utiliza o sistema de eclusas, o Canal de Suez não usa essa tecnologia uma vez que os Mares Vermelho e Mediterrâneo estão no mesmo nível.
Ao longo dos anos o projeto foi ampliado e adaptado a nova realidade do mundo, inclusive para comportar navios maiores.
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Fatos históricos na região
Entretanto, quase cem anos de atuação internacional em 1956 o Egito nacionalizou o Canal. Em contrapartida, Israel, França e Reino Unido declararam guerra ao Egito. O conflito chegou ao fim em no ano seguinte.
Após o cessar-fogo, a ONU criou a operação de paz UNEF1 e reconheceu legitimidade ao Egito como controlador do Canal de Suez. O Brasil participou dessa missão.
Logo em seguida, em 1967 a Guerra dos Seus Dias entre Israel e países Árabes fechou o Canal mais uma vez.
Por fim, em março de 2021 durante seis dias o seu fechamento mobilizou o mundo.
Economia global
Passam em média 52 navios por dia e representa 12% do comércio mundial. Muitos produtos passam por lá desde o petróleo extraído do Oriente Médio, celulose, café, grãos peças Automotivas, minério metais etc.
Segundo as notícias a primeira negociação autoridades a reparação de danos causadas pela interrupção do canal giram em torno de 916 milhões de dólares. Enquanto isso, para a empresa de seguros que representa. O valor abaixou para 600 milhões.
Canal de Suez: panorama hitórico – Breves conclusões
Certamente, o comércio marítimo Internacional impulsiona a circulação de mercadorias, bens e serviços no mundo todo. Claro que, a economia global se estremeceu com a interrupção do Canal de Suez pelo navio Ever Given.
Alguns meses depois, navio segue em território egípcio e a situação não se resolveu. Sem dúvida, as indenizações pecuniárias em montantes milionários parecem não ser suficientes para o caso tão complicado. A carga que não foi entregue é outra grande questão.
Os funcionários de origem indiana permanecem dentro da embarcação como se estivesse em uma prisão domiciliar. Essa situação viola princípios de Direito Internacional e proteção da pessoa. Por fim, vamos aguardar a solução do caso.
