Israel e Palestina: dicotomias pelo mundo. As dicotomias do mundo às vezes cansam. Claro ou escuro, direita ou esquerda, fascismo ou comunismo, Palestina ou Israel. Será que sempre uma das possibilidades é a certa? Não há uma terceira possibilidade? E onde está o centro?
Fico me perguntando porque o certo ou o errado deve estar sempre nas extremidades? Não me conformo com a polarização em que vivemos. Muitas vezes a expressão “mais do mesmo“ é o que vivenciamos. Argumentos superficiais e a tentativa de imposição de opiniões particulares em detrimento do correto constroem um cenário triste.
Durante os últimos dias muitas pessoas me perguntaram qual é a minha posição em relação a Israel e Palestina. Então, resolvi estudar, pesquisar e escrever esse texto.
Questão histórica
Primeiramente, na minha humilde opinião, a questão vai muito além do que opiniões. No entanto, também acredito que não devemos nos manter aquém sobre o que acontece pelo mundo. Ao contrário, sou defensora das opiniões, informações e esclarecimentos de assuntos globais. Claro que por meio da informação ganhamos discernimento e clareza em nossas vidas.
Entretanto, a questão de Israel e Palestina é muito mais complexa. De longe não pode ser analisada somente pelos conflitos recentes em relação à ocupação de Sheikh Jarrah. Aliás, vai muito além. A história em que se criou uma polarização e um cenário de guerra e inimizade.
Por isso, resolvi organizar os fatos cronologicamente. Assim, fiz um resumo sobre os principais acontecimentos entre esses atores internacionais. Então vamos lá.
Israel e Palestina: dicotomias pelo Mundo – Linha do Tempo
Inicialmente, no ano zero da era cristã, a região em que hoje se encontra o centro da disputa entre Israel e Palestina era dominada pelo Império Romano. Por volta do ano 70 dc os judeus foram expulsos de lá. Após cerca de sessenta anos tentaram retornar e, mais uma vez, não obtiveram sucesso. Nesse momento, os romanos nomearam a região do Oriente Médio localizada entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo de de Palestina.
Posteriormente, no século VII surgiu o islamismo que unificou a religião politeísta praticada por muitos naquela região. É certo que o islamismo se expandiu muito. Para saber mais sobre a religião muçulmana clique aqui.
Jerusalém e a tripartição da fé na Terra Sagrada
Durante um certo período, conviviam com certa tranquilidade na mesma região muçulmanos, cristãos e judeus. Conforme os preceitos religiosos Jerusalém é a terra sagrada para pelo menos três religiões. Nesse sentido, para os judeus é a capital do reino de David. Além disso, o rei Salomão guardara a tábua dos dez mandamentos naquela cidade.
Enquanto isso, para os cristãos, Israel representa o local em que Jesus realizou milagres e foi crucificado. Por fim, para os muçulmanos Israel representa a peregrinação de Maomé. Durante muito tempo os muçulmanos rezavam com seus corpos virados em direção à Jerusalém.
Israel e Palestina: dicotomias pelo mundo – Fatos importantes
Em 1453 ocorreu a queda do Império Romano. Em seguida, o Império Turco Otomano conquistou o território, permanecendo até a primeira Guerra Mundial.
Contudo, a partir do século XIX o movimento Sionista tomou força. Isso significa dizer que, os judeus incentivaram o retorno dos judeus para a região da Palestina. Isso sempre gerou desconforto com os muçulmanos que ali se encontravam.
Com advento da Liga das Nações determinou-se que o Reino Unido contribuiria para resolver a questão entre Palestina e Israel. Nessa época, a região possuía cerca de um milhão de muçulmanos e apenas cem mil judeus. Desse modo, com a Declaração de Balfour iniciou-se a motivação para a criação de um Estado para os judeus.
Reino Unido e a mediação entre Palestina e Israel
Ao mesmo tempo em que a Inglaterra ajudou a Palestina a derrotar o Império Turco, contornava a situação com Israel. O ano de 1929 ficou conhecido como “point of no return“. Isso porque não houve consenso para a divisão do território entre Palestina e Israel. Logo, os conflitos se acirraram.
A partir da Segunda Guerra Mundial a situação piorou. A perseguição de Hitler aos judeus gerou mais de cem migrantes para o Oriente Médio. O Reino Unido deixava de atuar no caso.
Na sequência, em 1947 a Resolução 181 das Nações Unidas determinou a criação do Estado de Israel e do Estado da Palestina. Apesar da proposta ser aceita pelos judeus os muçulmanos não concordaram.
Dessa maneira, em 1948 foi criado o Estado de Israel. A população de judeus já era de setecentos mil. Enquanto isso, o número de muçulmanos girava em torno de um milhão e quatrocentos mil.
Estado de Israel
Por causa da criação de Israel muitos muçulmanos se deslocaram para os países vizinhos ou migraram pelo mundo.
Nessa época a Palestina não possuía uma liderança forte. Somente em 1964 surgiu a OLP Organização para Libertação da Palestina.
Em seguida, inúmeros conflitos surgiram e fatos importantes. Alguns exemplo são: a Guerra dos Seis Dias; 1972 o episódio das olimpíadas de Munique em que onze atletas de Israel foram mortos, foi o Setembro Negro; Guerra do Yom Kippur que coincidiu com a celebração do dia do perdão judeu, no ano de 1973; em 1974 a ONU reconheceu a Palestina, sem direito a voto; em 1980 Israel e Egito celebraram o Acordo de Camp David com ajuda dos Estados Unidos.
Além disso, ocorreram outros conflitos conhecidos como em Intifadas e a criação do Hamas, um movimento de resistência islâmica. Na verdade, o Hamas e Israel se enfrentam duramente até hoje.
Israel e Palestina: dicotomias pelo mundo – breves considerações
As diferenças entre Israel e Palestina são claras. De um lado Israel possui relevante apoio internacional. Além disso, economia, ciência e tecnologia são mais avançadas em Israel do que na Palestina. Aliás, na Palestina há muita pobreza e seus aliados não são tão fortes.
Há que se acrescentar os episódios terroristas reconhecidos pelos muçulmanos extremistas que dificultam a defesa da Palestina.
Por fim, retomando a pergunta que me fazem, acredito que se houvesse um lado totalmente certo e outro errado a guerra já teria um desfecho. Por isso, enquanto Israel e Palestina estiverem polarizados não haverá paz, nem trégua ou muito menos o fim do conflito.
Somente por meio de um acordo real, negociado, aceito e cumprido pelos dois lados haverá um fim.
O que tenho claro é que crianças, mulheres e muitas pessoas estão sofrendo e morrendo em decorrência de uma disputa sem vencedores.

Leia também:
– TRIBUNAL DE NUREMBERG: CONTEXTO HISTÓRICO E O DIREITO;
– PALESTINA E ISRAEL PERANTE O TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL;
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