NORIEGA: DITADURA E O PONTO FINAL AMERICANO

Noriega: ditadura e o ponto final americano
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NORIEGA: DITADURA E O PONTO FINAL AMERICANO

Noriega: ditadura e o ponto final americano – No dia 20 de dezembro de 1989 paraquedistas norte-americanos aterrissavam em solo panamenho. De um lado, o presidente americano George W. Bush, pai, comandante da invasão. Do outro lado, o ditador, Manuel Noriega, Presidente do Panamá.  Na verdade, esse era um combate com vitória certa. 
Mas as disputas entre Estados Unidos e Panamá são muito mais antigas. Aliás, a influência americana no Panamá é algo curioso e confuso.
Sem sombra de dúvida, o episódio da invasão da década de oitenta é intrigante.  Entender como um ex-funcionário da CIA, Agência de Inteligência Central dos Estados Unidos, passaria a inimigo. Na sequência, ainda viriam suas condenações.

Guerra Fria

Na verdade, durante a Guerra Fria, o governo americano mantinha informantes em diversos países  O intuito era de fortalecimento político contra a Rússia.  Com o intuito de operacionalazir o esquema, era comum o pagamento de altas recompensas em dinheiro. As denúncias sobre pessoas comunistas seriam valiosas.
Certametne, a Guerra Fria girava em torno de influência. A questão não era somente política, mas também, militar, comercial, espacial, etc.
Desse modo, Manuel Noriega recebia para denunciar eventuais influências comunistas na América Latina. Em linhas gerais, passou de informante a condenado pela justiça americana. Mas não é só isso.

Ditadura no Panamá

Noriega foi um ditador que sabia jogar para os dois times.  Nesse sentido, há indícios de que teria relações próximas com Cuba e, consequentemente com a União Soviética. Ao mesmo tempo, tinha vínculos com a CIA.
Além de tentar obter favorecimento de ambos os lados, foi um ditador cruel e corrupto. Deixou inúmeras contas bancárias pelo mundo.
Em princípio, o ex-presidente panamenho era do exército. Logo, se tornou próximo do Presidente Omar Torrijos. Torrijos também foi um ditador durante muito tempo no Panamá. Com a morte de Torrijos no início da década de oitenta ele se tornou Presidente.
Porém, em 1985 seu poder iniciou seu declínio. A morte cruel do médico Hugo Spadafora, seu opositor e defensor dos Direitos Humanos teve grande repercussão.
A partir daí e, com a descoberta americana sobre sua atuação com os sovietas foi o fim para Noriega.

Política Americana na década de 80

Em abril de 1988 ainda sobre o governo Ronald Reagan houve uma grande mudança na economia dos Estados Unidos. Conforme o pacote econômico, congelamento de ativos nos bancos e proibição de pagamentos ao governo a situação não era tão boa.
Enquanto isso, no Panamá Noriega não aceitou o resultado das eleições. Apesar da Organização dos Estados Americanos e, até mesmo da Igreja Católica terem ratificado a lisura, Noriega tomou o poder.
Já no gorverno de Bush era o momento para resolver a situação e melhorar a economia. Assim, eles apresentaram quatro razões para a invasão do panamá: proteger os mais de trinta mil americanos que lá se encontravam; defender a democracia e os direitos humanos; combater o tráfico de drogas; dar comprimento ao Tratado Carter-Torrijos.

Noriega: ditadura e o ponto final americano – Operação Justa Causa

Desse modo, a Operação Justa Causa foi rápida. Mesmo com a condenação das Nações Unidas seguiu seu curso. Houve pilhagem vandalismo e muita confusão.
Para a captura de Noriega havia uma recompensa de um milhão de dólares. Afundaram seu barco e destruíramo seu jato. Assim, ele se refugiou na missão do Vaticano no Panamá. Claro que os militares americanos implementaram táticas de guerra eficazes. Tocaram rock em volumes altíssimos, por que sabiam que o Noriega não gostava. Finalmente ele se entregou.
O ex-presidente Noriega seguiu para Miami, na Flórida.  Por lá foi condenado a 30 anos de prisão.  Outras condenações vieram na sequência. Por isso, passou por prisões na França até retornar ao Panamá doente onde morreru em 2017. 
Respondeu por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e homicídio e, sendo condenado. 
Por fim, no dia 31 de dezembro de 1999 o último soldado americano deixou o território do Panamá.

Interesse político

Embora tenha sido um fato marcante, não foi o único. De fato, os Estados Unidos tem interesse no território panamenho há muito tempo. 
Aliás, a proximidade territorial e o privilégio geográfico do território do Panamá sempre foram fatores importantes.
Durante a segunda guerra mundial os Estados Unidos usaram esse território como ponto estratégico militar. 
Além disso, o Canal do Panamá também gerou interesse.
No início, a colonização espanhola deixou o território para a Colômbia. Nesse ínterim, o primeiro Acordo para a construção do Canal foi assinado com a França. 
Entretanto, diante das dificuldades a França não conseguiu concluir a obra. Então, os Estados Unidos entraram na disputa. Inclusive incentivaram a independência.
Assim, os Tratados Internacionais permitiram a concessão para o governo americano. Ainda segundo os Acordos apenas após noventa e nove anos o Panamá retomaria a administração do Canal.

Noriega: ditadura e o ponto final americano – Breves Conclusões

Certamente, foram muitos fatos interligados entre Estados Unidos e Panamá. Como em outros casos, a potência tem grande influência nos países latinos.
Desde o fim da década de noventa os edifícios antes do exército americano agora são casas para estrangeiros e panamenhos. O Canal está sob administração do Panamá. No entanto, há muita influência pelo país do legado americano. Seja na língua, que absorveu alguns termos em inglês, seja na cultura. Para quem tem condições estudar ou trabalhar nos Estados Unidos também é algo positivo. Enfim, a ditadura é página virada na história, mas também deixou grandes marcas por lá.

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Olá! Para quem não me conhece, eu sou a Raquel. Sou advogada e tenho mestrado em Direito Internacional. Durante minha vida toda eu me mudei bastante, de cidades e de países. No Brasil morei em Fortaleza, Recife, São Paulo e Varginha. No exterior, Estados Unidos, em Ohio e na Califórnia, na Holanda e no Panamá. Criei o Leis pelo Mundo justamente para unir a minha experiência internacional e a minha carreira no Direito. Junto com minha família, marido e três filhos percebi que muitas pessoas têm dúvidas em relação à legislação internacional. Seja por conta de mudança, passeio, estudo ou mesmo curiosidade. Por isso resolvi unir essas informações e compartilhar por meio das redes sociais e de consultorias. Espero que você goste e que deixe sugestões, críticas e comentários!
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